A venda de celulares ilegais caiu no Brasil pela primeira vez desde 2020, diz a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). Segundo a Associação, 8,3 milhões de celulares piratas devem ser vendidos até o fim de 2024. O número é 2,6 milhões menor do que o registrado em 2023 — uma queda de 23% no contrabando de smartphones.
Por que houve queda na venda de celulares piratas?
O motivo dessa queda, como aponta Humberto Barbato, presidente da Abinee, é a ajuda da Anatel na fiscalização e aplicação de medidas contra a venda dos celulares contrabandeados. Em junho, a Agência ameaçou multar a Amazon e Mercado Livre por permitirem o anúncio de smartphones ilegais em suas plataformas.
Segundo dados da Anatel, 51% dos celulares anunciados na Amazon e 43% destes vendidos pelo Mercado Livre não foram homologados. Os dois marketplaces tentaram reverter a possibilidade de multa, mas acabaram derrotados na Justiça.
Nos cálculos da Abinee, 25% dos smartphones vendidos no Brasil em 2023 foram contrabandeados ou produtos de descaminho. No código penal, uma das formas do crime de contrabando é a importação de mercadoria que depende de autorização de órgão público competente. Já o descaminho é o ato de não pagar os impostos devidos pela importação.
Além da Anatel, a Polícia Federal e a Receita Federal também tiveram uma atuação forte contra a venda de celulares ilegais. Entre as ações conjuntas dos dois órgãos estão a operação Corisco Turbo, que teve como alvo um grupo que lavou R$ 1,6 bilhão, e a Desabastecimento, que mirou uma associação criminosa que movimentou R$ 80 bilhões em três anos de funcionamento.
Mercado de smartphones cresceu em 2024
A venda de celulares em cresceu 11% em 2024, revela a Abinee. Em 2023 houve uma queda de 6% nas vendas quando comparado com 2022. O crescimento significa mais R$ 226,7 bilhões no mercado de smartphones. Para 2025, a Abinee espera mais 6% de aumento na receita do setor, além de esperar que a venda de celulares ilegais siga caindo no Brasil.
Com informações: Tele Síntese
Contrabando de smartphone cai pela primeira vez em quatro anos, diz indústria